A tecnologia se torna mais eficiente quando traz mais diversidade
Incentivar a diversidade na tecnologia impacta positivamente as pessoas, a sociedade e até o código.
A área de tecnologia continua um reduto principalmente masculino e branco com pouquíssima diversidade – e isso é um grande problema. Não só é um problema social e humano, que impacta a vida das pessoas excluídas destas importantes discussões e espaços e que, mesmo quando entram nesse mercado, recebem menos e são muitas vezes subestimadas.
Se fosse só isso, o problema já seria grave. Mas ao mesmo tempo, a falta de diversidade é um problema também técnico. Empresas menos diversas são menos capazes de construir produtos tecnológicos eficientes.
É para resolver todas essas situações que iniciativas para mudar a realidade do mercado de tecnologia começam a aparecer. Uma delas, Tech Girls, é liderada por Gisele Lasserre – a convidada da live mais recente da PYXYS, sobre mulheres na tecnologia.
A proposta da Tech Girls é simples: ajudar mulheres a ingressarem na área da tecnologia, aprendendo sobre o mercado e criando uma rede de apoio, em que ajudam umas às outras.
Quais são os desafios?
Promover diversidade e trazer mulheres para a tecnologia é difícil pela falta de acesso e pela cultura da área. A Tech Girls não só busca mulheres, como contribui também para que pessoas de regiões periféricas tenham acesso às discussões sobre tecnologia.
A proposta, nesse caso, é combater não só as dificuldades culturais, mas buscar quem está em situações de vulnerabilidade social – como quem trabalha em profissões que foram muito prejudicadas pela situação econômica, especialmente profissões mais analógicas e informais.
Mas o convite fica para todas as mulheres, em qualquer situação. A ideia é que mulheres entendam que a tecnologia não é apenas o código – pode ser empreendedorismo digital, a partir de uma situação de fluência com as tecnologias que contribuam para que oportunidades criativas sejam percebidas.
“O interesse é geral porque todas nós, mulheres, repensamos em algum momento nossas carreiras”, Gisele explica. A tecnologia nessa situação é uma nova oportunidade que muitas mulheres não consideram por não saberem que é viável também para elas.
O código das mulheres
Quando falamos especificamente sobre mulheres que programam, Gisele lembra ainda que não só mulheres podem trabalhar também com código, como possuem qualidades quando assumem estas posições que são diferentes daquelas que homens costumam entregar.
A competência das mulheres parte, por exemplo, de um conhecimento aplicado levando mais em conta a experiência dos outros – o que auxilia inclusive outros desenvolvedores a receberem um código mais organizado e limpo.
O mesmo pode ser dito no quesito de comentários no código, explicando e auxiliando futuros leitores a entenderem o que foi feito. No caso de mulheres, esse tipo de iniciativa, que não é obrigatória, mas demonstra empatia com os próximos a ler este registro, é mais comum.
As novas maneiras de pensar a tecnologia com mais diversidade vão até os novos usos e reciclagens de materiais. Gisele apareceu na live com brincos feitos de peças de memória RAM obsoletas, bem como um colar feito de cabeamentos.
A iniciativa é uma estratégia dupla: não só é capaz de aproveitar objetos que seriam descartados, como também contribui para desmistificar e aproximar a realidade tecnológica da experiência e realidade de uma boa parte das mulheres. Ao contrário do preconceito, a tecnologia pode ser lúdica, leve e sustentável.
Para saber mais sobre mulheres na tecnologia
Se você quer saber mais sobre a iniciativa da Gisele e sobre o cenário das mulheres na tecnologia, a live completa está disponível lá no Instagram da PYXYS. Nela, nossa head de Gente e Cultura, Roseane Santos, conversou com Gisele Lasserre sobre a iniciativa Tech Girls, seus impactos e a importância de ensinar tecnologia para mulheres.