Cinco tendências tecnológicas – e como se adaptar a elas
Novas tecnologias trazem tanto novas oportunidades quanto novos desafios. Para sobreviver no mercado, empresas precisarão se adaptar às novidades.
Que o mercado tech é enorme e que novas tendências tecnológicas aparecem sem parar, todo mundo já sabe. Em poucas décadas, a Internet passou de um produto de nicho para algo quase onipresente, que alcança mais de 63% da população mundial (Digital 2022 April Global Statshot Report). Mas uma coisa é olhar para a história até aqui – outra bem diferente é pensar no que ainda virá pela frente.
Após tanto tempo, a Internet e as tecnologias parecem estar entrando em um novo capítulo de seu desenvolvimento, com novas oportunidades e desafios. Saber lidar com esse contexto pode fazer, mais do que nunca antes, a diferença para empresas que se destacam e sobrevivem em mercados competitivos.
Por isso, separamos hoje cinco tendências tecnológicas para ficar de olho. Algumas delas já estão engatinhando no presente, mas vão se tornar mais intensas; outras parecem distantes, mas serão realidade logo mais.
1. O fim da Lei de Moore?
A Lei de Moore conseguiu prever o crescimento tecnológico durante décadas. Sua proposição, bastante simples, foi feita em 1965 por Gordon Moore, que viria depois a ser um dos fundadores da Intel: a capacidade de processamento dos computadores tende a dobrar a cada dezoito meses, numa reação em cadeia com crescimento exponencial.
O que poderia ser uma visão otimista se manteve, durante mais de quarenta anos, um fato: a curva de crescimento do processamento tecnológico de fato acompanhou o que Moore propôs. Mas nos últimos anos, o crescimento está desacelerando e a Lei de Moore está sendo “ameaçada” pela primeira vez: segundo estudos do SingularityHub, o fim desta era da computação pode estar próximo – e o crescimento mais lento da capacidade de processamento arrisca o crescimento de todo o setor tecnológico, que hoje movimenta U$5,2 trilhões de dólares – só nos EUA, a área tech equivale a mais de 10% do produto interno bruto do país (dados do Zippia).
A transformação da Lei de Moore pode implicar em mudanças drásticas na maneira como o mercado de tecnologia é conduzido e entendido, limitando o crescimento em diversas áreas. Enquanto há propostas que podem ser consideradas para ultrapassar este desafio (uma delas é o grafeno como possibilidade para condutores nanotecnológicos), existe a possibilidade real de que veremos menos avanços nesse sentido na computação daqui em diante.
Esta mudança, profunda e técnica, é parte de uma mudança que aparece em todas as outras tendências que listamos: um novo capítulo da era tecnológica, marcado por lógicas e estratégias diferentes daquelas que nos guiaram até aqui. E traduzindo em termos práticos, para o mercado esta tendência pode significar investir mais em crescimento de software, ou seja, em inteligência aplicada em códigos mais eficientes, em detrimento do foco no crescimento do hardware.
2. As tecnologias imersivas
O metaverso da Meta pode ser uma das mais famosas apostas que envolvem tecnologias imersivas, mas está longe de ser a única. Há uma diversidade de propostas que vão da realidade virtual (aquela experimentada com capacetes que isolam do ambiente externo), à realidade aumentada ou mista (em que elementos tecnológicos se fundem e interagem com ambientes reais).
O mercado de jogos é um dos mais prováveis a trazer as primeiras inovações nesse setor, pela demanda por imersão em ambientes tridimensionais fazer todo sentido para que jogadores consigam realmente se desconectar do real e imergir em mundos e narrativas virtuais. Mas para além do entretenimento, o modelo também traz potencial para o mercado de trabalho, que pode a partir disso construir alternativas que aliem os melhores aspectos do trabalho presencial com o trabalho remoto.
Justamente por esses usos, a tecnologia imersiva tem o potencial de mudar tudo para o mercado em diversos segmentos – que vão dos shows ao mercado imobiliário, passando pelas reuniões corporativas e mais. A experiência de um novo mundo imersivo pode transformar drasticamente também a experiência de trabalho nessa nova realidade.
Para se preparar, é importante que empresas comecem desde já a naturalizar modelos híbridos sempre que possível, digitalizando sua presença e criando fluência em plataformas e maneiras de funcionar com suporte de tecnologias. O mundo do trabalho presencial pré-pandemia dificilmente voltará, ao menos não exatamente como era – e o apego a tentar voltar ao passado pode prejudicar os negócios..
3. Usos mais frequentes para inteligências artificiais
Uma revolução até então silenciosa está começando a fazer barulho: aquela das inteligências artificiais, que estão se tornando mais populares e encontrando novos usos. Um exemplo bobo dos primeiros passos desta integração da IA ao cotidiano pode ser vista em ferramentas como o https://www.craiyon.com/, em que qualquer pessoa pode escrever uma descrição detalhada de qualquer coisa – por exemplo, uma baleia voadora ao lado de um avião – e receber uma imagem gerada por inteligência artificial precisamente daquilo que escreveu.
A tecnologia ainda está no começo, então as imagens ainda são um pouco estranhas — mas o desenvolvimento a longo prazo pode trazer um novo momento para a produção de conteúdo, por exemplo, em que imagens sejam produzidas “do nada” a partir de descrições textuais, apenas com o uso de inteligência artificial.
No presente, outros usos já começam a ganhar proporção – um deles é o das inteligências artificiais como Alexa e Siri, que só em 2020 responderam a 100 bilhões de comandos de voz, um crescimento de 75% em relação ao ano anterior (dados da Forbes).
Uma das razões destes avanços é a ascensão da chamada “inteligência artificial conversacional”, capaz de gerar novos dados que ela mesma analisa, tornando-se em certa medida autossuficiente em seu aprendizado após um período. Um mundo com mais inteligência artificial envolverá também mais inteligência humana, ou seja, a presença de pessoas que entendam como esta tecnologia funciona e sejam capazes de encontrar novas aplicações e oportunidades de uso criativas. Toda empresa que tiver um especialista em Inteligência Artificial tende a se destacar e propor soluções inovadoras que possivelmente envolverão menos trabalho e menos investimento humano.
4. Um mundo de dados conectados e inteligentes
Desde que surgiu a ideia de Big Data, a humanidade se deparou com um problema: nosso poder para gerar muitos dados é maior do que nosso poder para lidar com estes dados de alguma maneira útil.
Mas as revoluções na automação e na inteligência artificial estão emplacando uma nova era também na “dataficação” do mundo, com a Internet das Coisas ganhando tração para a produção de dados em larga escala que agora podem ser efetivamente analisados para algum fim. O clichê de que os dados representam uma espécie de “matéria-prima” fundamental para empresas está se provando mais verdadeiro do que nunca. Para se ter uma ideia, 90% de todos os dados do mundo foram coletados apenas nos últimos dois anos (dados da IBM). Empresas capazes de gerar e interpretar dados com inteligência podem encontrar novos negócios e aprimorar seus processos já existentes.
5. Uma nova era de confiança digital
A discussão sobre coletar e interpretar dados é cortada por outro tema que ganha cada vez mais força na Internet: a questão de confiança, privacidade e uso responsável de dados. Mudanças em algoritmos de plataformas, transformações nas legislações que lidam com o rastreio de usuários e a coleta de dados e, no geral, uma relação mais transparente sobre o que está sendo coletado – estas são diferenças fundamentais que marcam um momento de maturidade digital, no qual é exigida mais responsabilidade e abertura por parte das empresas sobre quais dados são coletados, por quanto tempo são mantidos, com quem são compartilhados e para quais usos.
A transformação na confiança também pode partir de novas tecnologias. Uma das possíveis revoluções a médio prazo está na adoção de tecnologias de blockchain, que nada mais são do que contratos e protocolos que podem ser mais transparentes e confiáveis. No geral, há demanda na Internet por mais transparência e segurança, por parte de empresas e tecnologias, e se o volume de dados está aumentando, ao mesmo tempo há uma responsabilização maior sobre quais dados podem ser coletados e, principalmente, para quais usos serão coletados.
Empresas que lidam com dados e tecnologias precisarão cada vez mais se inteirar em questões de privacidade. No Brasil, por exemplo, a LGPD está transformando a maneira do mercado entender sua presença no digital – e esse processo está só começando. Empresas que não adaptarem suas práticas estão fadadas a enfrentar problemas – não só jurídicos, mas também com relação às exigências dos próprios usuários.Quer aprender mais sobre novas tecnologias que afetam o mercado?
Quer aprender mais sobre novas tecnologias e como elas afetam o mercado?
Então acompanhe mais sobre tendências digitais e discussões tecnológicas aqui no blog da PYXYS!