Desfralde e LGPD
A coluna de estreia de nossa head do Jurídico, Carolina Artigas, reflete sobre como proteção de dados é importante para pessoas e empresas.
Minha filha de três anos está dando sinais de que pode estar pronta para começarmos um processo de desfralde. Meu marido e eu começamos uma conversa offline sobre isso, procuramos um redutor de assento no mercado livre e, exatamente 2 horas depois, as propagandas que começaram a aparecer entre um story e outro no meu Instagram eram sobre o quê, adivinhem? Penicos, redutores de assento com diamantes, calcinhas e cuecas de treinamento para desfralde.
O dilema de aceitar cookies e opt-ins. Você também passa por isso? Pois é.
Na grande maioria das vezes, querido site, eu só queria poder ler a reportagem sobre esse tema que me interessa, não quero te autorizar a me enviar informativos. E aí, é lógico que eu clico em “aceitar todos os cookies”. Só que minha caixa de entrada começa a ser “invadida” por e-mails desagradáveis de produtos que sequer eu pesquisei.
Falava com minha amiga sobre terapia (incentivo muito – traz uma leveza pra vida que você não imagina!) e em outro momento, outro dia inclusive, falando sobre outra coisa, falei a palavra “marido”. Adivinhem? O algoritmo entendeu que eu precisava de terapia de casal (mas como assim, Mark?) e começou a me recomendar influencers e cursos para casais.
O problema não está na procura, amantes do capitalismo, e sim na oferta! Estamos sendo bombardeados de muitas ofertas de muitos assuntos que, porventura, falamos em alguma rede social ou, pasmem, a gente só ficou com a tela parada no anúncio. Às vezes, eu só queria procurar um redutor de assento infantil com degrau e ler a reportagem.
E aí entra o nosso lapso com os dados pessoais. Precisamos cuidar bem deles, sejamos empresas ou usuários.
A LGPD, que significa Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais traz, pro Brasil e pro brasileiro, uma importante sinalização de que é necessário tratar os dados das pessoas/usuários com responsabilidade. Precisamos ser cautelosos em “aceitar” tudo que nos oferecem na tela, assim como precisamos de um fluxo seguro para tratar os dados dos usuários para que eles se sintam seguros em nossas plataformas digitais. Nossos dados são uma espécie de “raio x” das nossas preferências, escolhas e ouso dizer, pensamentos e posicionamentos. Não é, apenas, pagar por um link patrocinado ou por visibilidade em algum site, é mais como a empresa entender tanto como o algoritmo funciona quanto qual a forma de gerar impacto em sua audiência. O algoritmo de qualquer rede social irá procurar essa identificação com quem você é. E isso pode ser – e é, se bem utilizado – uma baita evolução para corresponder às necessidades dos usuários, mas também pode ser mal utilizada se cair nas mãos de empresas que deixam de olhar os dados com o devido cuidado e responsabilidade.
Há o outro lado importante de se observar que é: tempo ninguém tem de sobra. Então, a experiência como usuário pode e deveria ser a mais completa e personalizada possível para que, justamente, a gente não “perca tempo” em “ambientes digitais” que não nos identificam como o tipo de usuário que prefere um bom hambúrguer do que uma pizza, talvez. As empresas podem – e devem, no meu ponto de vista – oferecer esse tipo de experiência ao usuário, pois é aí que moram as oportunidades de negócio, sempre. Essa demonstração de respeito e entendimento pela audiência fideliza clientes, não é só oferecendo cupons. A PYXYS trabalha com muita expertise nisso: aprender a captar a essência de cada necessidade da empresa e transformar isso em tráfego personalizado para o usuário. O tratamento dos dados pessoais se tornam, dessa forma, uma consequência natural e imprescindível para o negócio.
Esse mindset vai tomando forma depois de muito treinamento.
Esse mindset vai tomando forma depois de muito treinamento. Sabe a minha filha? Então. Só depois de tropeçar bastante ela conseguiu ficar de pé e dar os primeiros passos sozinha. Assim é – e continua sendo desde os primórdios da humanidade – a nossa relação com um aprendizado de algo novo. Precisamos treinar, esforçar nossa resposta rápida e investir o nosso olhar para ser mais cuidadoso com o resultado que esperamos no dia a dia, seja como usuário, mas principalmente como empresa. Investir em conhecimento de audiência, dados e afins é que gera o verdadeiro e esperado engajamento.
A solução para esse dilema passa por ter a consciência de que esse movimento, como empresa e usuário, deve ser percebido como zelo pelo seu tempo dedicado em cada plataforma. E, por outro lado, as empresas precisam investir em conhecimento e experiência, para falar com o usuário de forma mais concreta e assertiva. Tratamento de dados e experiência de usuário estão interligadas e merecem o mesmo cuidado, para que a nossa experiência nessa interface digital seja, sempre, a mais produtiva possível.
Quer saber mais sobre LGPD?
Quer saber mais sobre LGPD? Então você não pode perder a live que Carolina Artigas fará, com mediação de nossa CGO Cíntia Santana, na quinta-feira, às 17h, em nosso perfil do Instagram.