Proteção de Dados: prejudicial ou vantajosa para empresas?
Investir mais em segurança, transformar processos… Dá trabalho, mas vale a pena: além de se adequar à legislação, empresas que pensam em proteção de dados engajam e fidelizam mais.
Lidar com dados não é uma novidade para empresas digitais, mas o jeito de fazer isso está mudando. E se já nos acostumamos com o jeito antigo, por que mudar agora? Mais ainda: por que mudar para um jeito mais complexo de lidar com dados e a proteção deles? Tem como esse trabalho mais desafiador ser também mais vantajoso para os negócios?
Foi essa a pergunta que tentamos responder na live que realizamos pelo Instagram com a nossa head do departamento Jurídico e especialista na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a advogada Carolina Artigas, usando nossos clientes e nosso histórico com o mercado como base para a reflexão.
“A adequação à proteção de dados é desafiadora porque, tirando empresas que pensam isso já ao nascerem, na maior parte dos casos estamos trocando o pneu com o carro andando“, Artigas explica. Em operações que já tem processos definidos e que já operam acostumadas com uma maneira de funcionar, o primeiro problema a resolver ao pensar em novas maneiras de lidar com privacidade é justamente sair da zona de conforto.
Muito além do juridiquês.
Nesse sentido, é importante lembrar que pensar em dados não é algo só técnico, que dependa apenas dos programadores. Depende também, em igual medida, do comprometimento de todas as pessoas do time. “A dor durante uma adequação dessas é tanto cultural quanto de processos. Não adianta fazer mapeamento de dados sem conscientizar as pessoas, nem implementar senhas, criptografias e camadas de segurança, se o time não entender qual é a importância de tudo isso”, a advogada alerta.
Como dá para perceber, pensar em proteção de dados envolve uma reflexão que não acaba – e não é também algo tão simples quanto preencher alguns itens, assinar documentos e dar a situação como resolvida. Privacidade não é algo restrito a uma lei fixa, com um conjunto de ações determinadas: é uma busca constante. https://www.instagram.com/p/CeUTuZXJxgK/
De acordo com Artigas, “esta adequação não é um processo com começo e fim. Quando novas ferramentas chegam, por exemplo, é preciso conferir a segurança de cada uma. É importante conscientizar o time constantemente, incluindo pessoas novas que chegam. Essa ações precisam acontecer o tempo todo”.
Antes era melhor?
Uma preocupação que parece rondar as conversas sobre privacidade e dados é aquela que pensa a mudança como prejudicial aos negócios por adicionar mais processos e etapas para o dia a dia de empresas. Mas isso não é necessariamente verdade.
A experiência de mercado da CGO e co-fundadora aqui da PYXYS, Cíntia Santana, mostra como o passado tinha problemas graves em relação à privacidade: “Senti um incômodo, certa vez, quando uma empresa nos ofereceu um serviço de dados dizendo que podia descobrir tudo sobre qualquer um. Como exemplo, pegaram um CPF do namorado de uma das pessoas na reunião e conseguiram a partir disso descobrir tudo sobre a vida da pessoa, desde carros em seu nome até dívidas ativas”.
Então, antes de qualquer outra coisa, a vantagem inicial de novos processos mais seguros envolvendo dados é esta: proteger a nós todos, que também somos usuários em algum momento. Mas o benefício vai para além disso. Como o incômodo que a própria Cíntia sentiu já demonstra, mesmo empresas tinham dificuldades ao lidar com o modelo antigo – seja pela preocupação com vazamentos, seja para explicarem por que estavam coletando tantos dados – e o que estavam fazendo com eles.
Construindo confiança
Um dos principais benefícios da proteção de dados é escapar desse cenário de inconsequência e falta de segurança em que dados eram trabalhados antes. É a partir daí que Artigas menciona um dos principais valores atrelados a investir em privacidade: restituir a confiança do público nas empresas.
Ser transparente a respeito dos dados que coleta, além de ser responsável ao armazená-los com segurança, é importante para engajar e fidelizar clientes. É mais provável que as pessoas se sintam confortáveis em dar dados quando entendem o benefício que receberão por fazer isso e exatamente quais serão os usos daquilo que estão compartilhando.
“No fim das contas, ninguém tem tempo para ler todos os termos de uso e ainda precisamos pensar em dados como parte essencial da experiência dos usuários”, a advogada ressalta. Criar uma relação de confiança é conquistar exatamente esta oportunidade: de, com base na transparência, convencer usuários a cederem o que é realmente necessário. A partir disso, existe a conquista de ser capaz de oferecer serviços melhores: um diferencial que não existirá para outras empresas em quem o usuário não confie.
Essa conversa, é claro, está só começando: ainda temos muitas ações no futuro a implementar no que diz respeito à proteção de dados – e vamos compartilhar todas elas por nossas redes.
Por enquanto, você pode ler a coluna da Carolina Artigas sobre LGPD aqui no blog da PYXYS, além de assistir à gravação completa da live sobre LGPD na PYXYS, lá pelo nosso Instagram. É um conteúdo imperdível para todos que trabalham com dados e que precisam entender o que é necessário para se adequar – e o que empresas também têm a ganhar fazendo isso.
E se você quer saber mais sobre inclusão, diversidade, inovação ou tecnologia, pode também acompanhar os próximos conteúdos do nosso blog.