O futuro do trabalho chegou mais cedo
A pandemia, a transformação cultural e a tecnologias aceleraram a mudança no que entendemos por vida profissional
Até ontem, o futuro do trabalho era só uma promessa. O modelo tradicional ainda tinha bastante força, por maior que fosse o burburinho sobre novas tecnologias e novas possibilidades profissionais, e o mercado ainda era bastante conservador sobre colocar toda essa transformação em prática. Mas a pandemia transformou nossa maneira de entender o mercado, não só nas profissões que descobriram a possibilidade dos modelos remotos ou híbridos, mas também em toda a cultura que envolve o mundo profissional.
O que é ser produtivo, o que se valoriza ou deixa de valorizar no trabalho e quais são os benefícios que se espera receber… Tudo isso se transformou com a tão aguardada chegada de novos modelos mais próximos do que entendemos por “futuro do trabalho”: e essas mudanças não só chegaram para ficar, como estão só começando.
Trabalho assíncrono…
O melhor modelo de trabalho é aquele que reúne a equipe toda para ficar produzindo ao mesmo tempo, em um só lugar? A melhor maneira de garantir a transparência, mesmo nos trabalhos remotos, é exigir reuniões que simulem o funcionamento de uma sala de escritório com todo mundo seguindo o horário comercial?
Não é bem por aí, pelo menos segundo a pesquisa do Trello sobre tendências do mercado de trabalho que demonstrou como, na verdade, são mais eficientes em garantir transparência e produtividade os modelos de trabalho assíncronos: aqueles em que cada um entrega sua parte e a equipe só de reúne em ocasiões especiais ou para lidar com emergências. Não só esses modelos são preferíveis de acordo com quem trabalha, como trazem bons resultados para equipes bem-sucedidas em algumas das maiores empresas do mundo.
É difícil manter o foco tentando trabalhar entre infinitas reuniões e, num ambiente remoto, não faz muito sentido exigir que trabalhadores sigam o horário comercial, se podem ser mais produtivos seguindo seu próprio calendário e se organizando a partir do fluxo de entregas que precisam fazer.
E se não faz sentido seguir o horário comercial, também não faz sentido usar as horas trabalhadas como base para a produtividade: 73% dos colaboradores e líderes já concordam que é melhorar avaliar as entregas e resultados do que o tempo que se trabalhou, ao pensar em quem é ou não produtivo (de acordo com a pesquisa da Adecco com a consultoria LHH).
E também com mais propósito
Essa mudança no que se entende por um modelo de trabalho produtivo veio acompanhada de outra, em que se transformaram também os valores que, antes de tudo, motivam ou não as pessoas a trabalharem e serem produtivas.
E nesse sentido, as exigências também se transformaram, com trabalhadores construindo novas prioridades que começam com o desejo por melhores salários, mas que continuam para muito além do que o dinheiro. Um exemplo é a dificuldade de encontrar interessados em voltar ao trabalho presencial, já que a autonomia se transformou num valor importante o suficiente para passar por cima da demanda simples por empregos no modelo presencial tradicional.
Mesmo entre os que voltam ao mercado de trabalho presencial, as novas exigências constroem novos modelos: além da semana de quatro dias, que está sendo testada em empresas do mundo todo, outros modelos de horários flexíveis são desejados: dados da Microsoft apontam que 38% do trabalhadores buscam alternativas com horários flexíveis na hora de decidir onde querem trabalhar.
A mesma pesquisa aponta ainda outras demandas, como a de que 40% das pessoas demanda propósito e senso de significado no trabalho , 46% exigem uma cultura positiva no ambiente de trabalho, e que a saúde mental e o bem-estar são uma prioridade de 42%.
Quer saber mais sobre o futuro do trabalho?
Na próxima quinta-feira, dia 04, às 17h, nossa head de Gente & Cultura, Roseane Santos, estará em na live “O futuro do trabalho na era digital”, no Instagram da PYXYS, com Datise Biasi, especialista em futuro do trabalho e das organizações. Para quem quer saber mais sobre os novos modelos de trabalho e como essa transformação vai se aprofundar no futuro, essa é uma conversa imperdível.