A produtividade é uma ferramenta serviço do bem-estar
O que é ser mais produtivo? É realizar mais em menos tempo? E se sim, por quê? O que se pretende fazer com o tempo que “sobra” ao se tornar mais produtivo? Adianta ser mais produtivo apenas para encher mais o dia de trabalho, sem parar nunca? Essas são algumas das provocações que deram corpo […]
O que é ser mais produtivo? É realizar mais em menos tempo? E se sim, por quê? O que se pretende fazer com o tempo que “sobra” ao se tornar mais produtivo? Adianta ser mais produtivo apenas para encher mais o dia de trabalho, sem parar nunca?
Essas são algumas das provocações que deram corpo para a conversa que rolou na live Produtividade e Qualidade de vida, lá no Instagram da PYXYS. Nesse papo, nossa head de Gente e Cultura, Roseane Santos, conversou com Luccas Goés, criador do método Naghol sobre os verdadeiros desafios de construir uma vida produtiva, a começar com a própria ideia que temos do que ‘ser produtivo” quer dizer.
Trabalhar o tempo todo não é ser produtivo
Uma pessoa que passa o tempo todo trabalhando, sem parar para qualquer outra coisa, é uma pessoa produtiva? Segundo Luccas, não – porque tempo trabalhando não é a mesma coisa que produtividade. “Existe uma diferença grande entre ser ser produtivo e ser ocupado. Existem muitas pessoas ocupadas hoje em dia, mas não necessariamente elas são produtivas, não necessariamente elas são eficientes”, ele diz.
Não é difícil entender a ideia: se uma pessoa está passando o dia todo imersa em reuniões, mas sem conseguir de fato produzir, ou se intercala várias tarefas sem conseguir se focar e nem concluir nenhuma, ela é mais ocupada do que produtiva. E essa ideia é parte importante da base para entender o que Luccas trouxe como seu conceito de produtividade – bem como a ideia que o levou a construir seu próprio método, o Método Naghol – inspirado em um ritual de amadurecimento dos melanésios, com inspirações em metodologias de design, psicologia e o que mais for útil.
Mas se a produtividade não é tempo trabalhando, o que ela é? Para Luccas, a resposta é simples: ela é uma ferramenta, ou seja, um meio para algum fim. Quem busca produtividade, está buscando isto para algo. Se você quer ser mais produtivo para ganhar mais horas do dia que possa usar em outras coisas, como nos cuidados com a saúde e no tempo de lazer, isso já é parte importante do que é preciso mensurar e organizar. A produtividade não é sobre o trabalho existindo em separado da vida – ela é sobre organizar vida e trabalho em conjunto.
Ser produtivo é estar em paz com seu dia
Se você está tentando ser produtivo sem considerar sua vida pessoal, isso pode dar certo durante curtos períodos de tempo, em situações excepcionais como a entrega de um TCC – mas é insustentável como um projeto de vida a longo prazo. Se você quer ser produtivo para, como diz a metáfora de Luccas, “colocar doze ovos numa cesta em que só cabem dez”, o problema já está no seu projeto.
É por isso que Luccas reforça a ideia de que a produtividade envolve a paz de organizar seus tempos considerando tempo livre, adversidades, outras demandas – e com mensurações reais de quanto cada coisa demora. Se você vai sair para uma partida de futebol, é importante organizar seu tempo levando em conta, por exemplo, os trajetos de ida e volta. Seu dia tem que considerar o tempo para comer, para o seu lazer – e até mesmo o tempo para organizar seu dia tem que ser mensurado.
Para além disso, os efeitos podem variar. Quem tem um projeto pessoal como escrever um livro, ou fazer uma segunda faculdade, vai ter um entendimento diferente do que precisa alcançar com sua produtividade. No fim, a qualidade de vida de cada pessoa depende de suas rotinas, desejos e demandas. E é por isso que não existe uma única “fórmula de bolo” para resolver a produtividade de todo mundo do mesmo jeito.
“Não é só olhar a técnica. A técnica acaba ficando para trás quando não temos um objetivo principal”, Luccas enfatiza. “Antes de qualquer coisa, é sobre focar no autoconhecimento. Vamos mapear sua rotina. O dia tem 24 horas para todo mundo, é importante aprender a dividir essas horas, aprender a negociar horários e prazos”.
Além disso, pessoas diferentes lidam de maneiras diferentes com liberdade. Para algumas, ter com quem compartilhar suas tarefas pode fazer a diferença – e é por isso que Luccas recomenda o modelo de dailys, que utilizamos aqui na PYXYS para o mesmo fim. Essa é uma entre as muitas estratégias que ajudam a criar uma nova lógica e diâmica para o trabalho remoto. “A gente tenta colocar o modo presencial dentro do remoto, mas são universos completamente diferentes”, Luccas garante.
Há outras técnicas, como a quebra de entregas maiores em tarefas menores, e até mesmo a organização do calendário, que contribuem para todo esse processo. Ao fim de cada dia, revisar o que já foi feito e se preparar para o dia seguinte também faz a diferença. Mas há muitos caminhos para construir uma vida mais produtiva – e cada um vai usar essas ferramentas e essa organização de um jeito, de acordo com a vida e com as rotinas que tem.
Por isso, antes de ser produtivo e antes de buscar o como da produtividade, o foco mesmo é se conhecer e perguntar: ser produtivo por quê? O que mais quero encaixar na minha vida? Qual é o limite do meu trabalho e como posso montar uma vida em que o trabalho permita que eu tenha ainda bem-estar?
Para pensar a produtividade
Se você quer saber mais sobre tudo isso, a live completa está disponível lá no Instagram da PYXYS. Nela, nossa head de Gente e Cultura, Roseane Santos, conversou com o Luccas Goés sobre como funciona o Método Naghol, qual a importância de mudar a maneira de enxergar o tempo livre para se tornar mais produtivo, e também deu algumas dicas de ferramentas e práticas fáceis de testar que já podem mudar sua produtividade um pouco desde já.